Evento na Estância Turística de Paraibuna promove a inclusão social de pessoas com síndrome de Down

Promover à conscientização e inclusão das pessoas com síndrome de Down na sociedade, dizendo não ao preconceito! Foi com este objetivo que aconteceu em Paraibuna o 8º Movimento Down Girassol C21, no último domingo (19), na praça Monsenhor Ernesto A. Arantes (Praça da Matriz). O evento contou com o apoio da Prefeitura da Estância Turística de Paraibuna, Fundação Cultural “Benedicto Siqueira e Silva”, Caepa, comércios parceiros, ajuda de voluntários, e do Departamento Municipal de Saúde de Paraibuna, que disponibilizou serviço de aferição de pressão arterial ao público participante.

Estiveram presentes na ação um grupo de paraibunenses e de São José dos Campos com síndrome de Down, acompanhado de seus pais e familiares, da Chefe de Gabinete do Município, Heloisa Antunes de Faria Santos (Prof.ª Helô), que representou o Poder Executivo Municipal, tendo ajudado a viabilizar todo o processo de organização para realização do evento.

Também marcaram presença no evento os vereadores, Diego Araújo, Juninho Social e Raian Araújo, o diretor de Serviços Municipais de Paraibuna, Ronaldo Fonseca, o diretor municipal de Saúde, Dr. Rômulo Fonseca Júnior, e munícipes defensores da causa, como a ex-vice-prefeita do município, Lourdes Aparecida de Angelis Pinto (Dona Lurdinha), que comentou a experiência de ter convivido com um familiar com síndrome de Down. “Eu tinha um irmão com essa síndrome (o Carlão), que muita gente em Paraibuna conheceu; quando ele nasceu não tinha todo esse acolhimento com as pessoas como ele, que não tinham nem escola para estudar, mas, hoje, graças a Deus, a mentalidade é outra, essas pessoas são acolhidas como deveriam ser, como todos nós somos, chamados ‘dito normais’. Tenho uma alegria muito grande por esse evento e, enquanto eu for viva e puder, estarei aqui nesse movimento com muito carinho porque amo Paraibuna e as pessoas com síndrome de Down”, declara.

Segundo o prefeito da Estância Turística de Paraibuna, Victor Miranda, o Movimento Down – idealizado pela família Macedo, do bairro da Vila Amélia em Paraibuna – tem recebido todo o apoio da Prefeitura. “Desde quando foi solicitada a ajuda do Governo Municipal temos sido parceiros, aliás esta é uma importante iniciativa que eles tiveram de criar esse movimento chamando a atenção para as causas em favor das pessoas com síndrome de Down, visando sensibilizar a sociedade a se engajar nesse relevante trabalho de inclusão social em nosso município que busca valorizar, sobretudo, o acolhimento, respeito e a dignidade desses cidadãos que merecem todo nosso carinho e afeto”, ressalta.

Quem compareceu à Praça da Matriz para prestigiar o evento aproveitou várias atividades gratuitas, entre elas aula de alongamento, caminhada, contação de histórias, leitura em público, além de apresentações musicais e de dança. As crianças também se divertiram no pula pula, piscina de bolinhas, e ganharam pipoca e algodão doce.

Um dos precursores do Movimento Down Girassol C21 de Paraibuna, Ernesto Faria, contou como surgiu a ideia do evento na cidade. “Logo que minha filha Catarina, que tem síndrome de Down nasceu - há oito anos atrás - não existia em Paraibuna nenhuma ação voltada para as pessoas com esta síndrome, foi quando eu, minha esposa Roseli (Ro Macedo), e minha cunhada Rosângela Macedo, pensamos em um evento que pudesse conscientizar à sociedade sobre a importância de respeitar e acolher as pessoas com síndrome de Down. Com a ajuda de alguns comerciantes, fizemos o primeiro evento, em 2016, quando a Catarina tinha apenas um aninho de vida. No ano seguinte, em 2017, começamos a ter o apoio da Prefeitura, a vice-prefeita na época, Dona Lurdinha, abraçou a causa também participando todos esses anos do nosso movimento.”, afirma.

Ernesto contou sobre a troca de experiências com outros pais que também têm filhos com síndrome de Down. “Várias pessoas nos procuram para saber como é a criação da Catarina, isso pra nós é motivo de muito orgulho e satisfação porque desde o nascimento dela eu e minha esposa nunca tivemos vergonha de sair com nossa filha, pelo contrário, sempre tivemos a alegria de mostrar a capacidade dela de viver como uma pessoa normal, inclusive, ela estuda (está no 3º Ano da Escola ‘Irmã Zoé’), faz aulas de balé e de natação, então é isso, mostramos para as pessoas que é possível sim quem tem síndrome de Down conseguir viver bem e com a qualidade de vida que merecem”, salienta.

Ainda segundo Ernesto, ele compartilhou um sonho dos organizadores do Movimento Girassol C21 de Paraibuna. “Nossa meta é conseguirmos criar uma ONG de apoio não apenas às crianças, jovens e adultos com síndrome de Down, mas também pessoas com autismo e outros tipos de síndromes. Sabemos que não é uma tarefa fácil, mas estamos correndo atrás para tentar realizar esse sonho”, conclui.

A supervisora de vendas, Débora Martins, participou do evento e parabenizou os organizadores pela iniciativa. “Faço questão de participar todos os anos, é uma honra pra mim. Tenho uma irmã com síndrome de Down também, a Keila, ela tem 30 anos, e fica sempre feliz de poder participar desse evento, que é um marco para essas pessoas. Aliás, depois que você tem na família alguém com síndrome de Down você passa a amar, sem exceção, todas as pessoas com esse tipo de síndrome, é um amor incondicional”, enfatiza.

A jovem Larissa Stéphanie Pelarin, de 27 anos, veio de São José dos Campos para prestigiar o Movimento Down em Paraibuna, com seu pai Jorge. Ela, que tem a síndrome, comentou sobre a alegria de estar presente aqui na cidade. “Já participei várias vezes, gosto muito de estar aqui, é um evento bem legal e muito divertido e um lugar onde temos a oportunidade de conhecer pessoas queridas e de fazer novas amizades”, ressalta.

Larissa Pelarin é atleta e participa de campeonatos de natação, atletismo e futsal, tendo conquistado várias medalhas e troféus. Ela tem mais de 2.300 seguidores no Instagram (@larissaparatletapelarin), onde divulga fotos das competições as quais participa. “Estou muito feliz com a repercussão que tenho tido nas minhas nas redes sociais. Quem puder me seguir também no Instagram e Facebook será um grande prazer poder compartilhar um pouco da minha vida e das 100 medalhas já conquistadas na minha carreira como paratleta”, salienta.

TESTEMUNHO DE CASAL DE MÉDICOS DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Um dos momentos emocionantes do 8º Movimento Down Girassol C21 de Paraibuna foi quando a médica ortopedista de São José dos Campos, Fernanda Rocha, acompanhada do também ortopedista e seu marido, Luis Augusto Lapinha, fez o uso da palavra para contar sobre a experiência de ser mãe de um menino com síndrome de Down. “Meu filho é um presente, o Antônio é maravilhoso, ele tem um desenvolvimento super legal. A gente começou a terapia com ele desde cedo, então ele tem um desenvolvimento motor muito importante, ele está com nove meses e já faz bastante coisa, procuramos trabalhar a estimulação precoce dele para ajudá-lo nesse desenvolvimento”, explica.

O casal de médicos ficou sabendo do evento por uma das defensoras da causa em Paraibuna, a fisioterapeuta Clara Souza, que convidou o casal para conhecer o Movimento Down da cidade. “A gente ficou super feliz de ter vindo aqui e de conhecer outras pessoas. Parabéns pelo evento, vamos lutar por um mundo mais inclusivo, com menos preconceito, afinal todos nós somos capazes de tudo, basta a gente querer”, afirma.

Durante o testemunho de vida de seu filho, a médica Fernanda Rocha contou sobre o porquê de ter criado uma página no Instagram para ele. “Quando a gente descobriu o diagnóstico do Antônio ficamos muito assustados, mas esse sentimento logo passou, durou 24 horas, após começarmos a buscar na internet outras histórias; entramos nas redes sociais e conhecemos histórias lindas de criança, adolescente, jovem, adulto, idoso com trissomia, aí a gente se inspirou nessas histórias, foi quando resolvi fazer um Instagram para o Antônio, desde o nascimento dele (tom_tomt21), já está com quase dois mil seguidores, deu muito certo, ele já foi até chamado para ser modelo numa agência”, conta a mãe orgulhosa.

PARTICIPANTES DO 8º MOVIMENTO DOWN GIRASSOL C21

A oitava edição do evento, em 2023, contou com o apoio dos seguintes colaboradores:

Leitura em público: Cláudio Queiroz;
Aula de alongamento: Prof.ª. de balé, Laura Eduarda;
Participação da Legião 501st Death Valley Squad – Divisão Brasil de São José dos Campos;
Contação de histórias: Edilaine Carvalho;
Apresentação musical: dupla Roger e Romeu;
Apresentação de dança: Grupo Unique Dance;
Apresentação e organização do evento: Rosângela Macedo;
Parceiros da ação: Prefeitura da Estância Turística de Paraibuna, Fundação Cultural “Benedicto Siqueira e Silva”, Caepa, comércios de Paraibuna e voluntários.

SOBRE A SÍNDROME DE DOWN

A Síndrome de Down é uma alteração genética, caracterizada pela trissomia do cromossomo “21”, que ao invés de ser formado por um par, aparece com três exemplares. A síndrome carrega algumas especificidades, como cardiopatias, presentes em cerca de 50% dos casos; eventuais problemas de audição e/ou visão; atraso no desenvolvimento intelectual e da fala; entre outros.

O dia 21 de março marca, anualmente, o Dia Internacional da Síndrome de Down. Esta data tem como objetivo mostrar a importância da luta das pessoas com Síndrome de Down e dos seus respectivos pais, amigos e parentes, para que tenham direitos iguais e consigam vencer a luta contra o preconceito.

Em Paraibuna, a Lei Municipal Nº 3.159, de 15 de abril de 2019, instituiu O MOVIMENTO DOWN no Calendário Oficial de Eventos do Município, um reconhecimento a mais sobre a importância da realização do evento na cidade.

Veja também outra lei referente ao Dia Municipal de Conscientização sobre a Síndrome de Down - Movimento Girassol C21, acessando o link: Lei 3389/2022

10 COISAS QUE VOCÊ PRECISA ENTENDER SOBRE SÍNDROME DE DOWN
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